Autor: Giovani Spagnolo
Publicado em: 10/04/2005
Gostaria de esclarecer nesta coluna um ponto de dúvida de muitas pessoas quando fala-se sobre Software Livre. Quando um software é livre e quando não é, quando um Software Livre não é sinônimo de software gratuito, e quando é. Analisemos a seguinte classificação:
Software Livre ou Open Source: O código fonte do software é distribuído e os termos de licença permitem que o software seja modificado e redistribuído com as mesmas liberdades do software original. Essa abertura e liberdades previnem a comercialização proprietária. Programas que usarem o código fonte livre deverão sujeitar-se aos termos originais da licença aberta. Exemplos deste tipo de software livre são o kernel Linux e o servidor web Apache.
Software Livre Comercial: A engenharia do software usada por um software livre não exclui a possibilidade de que este venha usado comercialmente. Software livre pode, também, ser distribuído mediante pagamento. Entretanto, essa prática perde muito de seu efeito pelo fato de que, a princípio, qualquer um pode distribuir um software livre também gratuitamente. Esta categoria inclui modelos de negócios em software livre que são baseados em serviços de valor agregado, como empacotamento e venda de diversos softwares livres integrados (distribuições Linux) e outros que geram receita com serviços complementares à esta atividade, como venda de hardware específico, serviços e customização de software. Exemplos: distribuições como Red Hat Enterprise, Mandrake.
Freeware: No caso de um freeware, o código fonte não está disponível; ele é distribuído na sua forma binária (programa executável) e não pode ser modificado. Entretanto, pode ser copiado e distribuído gratuitamente. Exemplos: plugins e leitores como Adobe Acrobat Reader e Real Player.
Shareware e Software Proprietário/Comercial: Um software proprietário/comercial é distribuído sem seu código fonte. É normalmente comercializado sob termos de uma licença de uso. Essa licença define uma série de termos os quais o usuário deve respeitar para estar habilitado a usar o software. Porque o código fonte não está acessível, é tecnicamente impossível modificar o software. Exemplos: Microsoft Windows e Winzip.
Estas quatro categorias de software refletem quatro grupos ideais de divisão. Na realidade, porém, nem sempre podemos dividir os softwares exatamente desta forma. Existem diversos métodos de distribuição e possibilidades de acesso ao código fonte. Por exemplo, é possível existir um software que permita ser usado gratuitamente, mas peça em troca uma doação voluntária. Softwares shareware podem ser usados por algum tempo gratuitamente e depois devem ser licenciados. Até mesmo no caso de softwares proprietários o código fonte pode estar “acessível”. A iniciativa “Shared Source” da Microsoft é um exemplo. A Microsoft permite que clientes, parceiros e governos tenham acesso ao fonte de seus produtos. Isso porém, sem poder modificá-los e redistribuí-los.
Não esqueçamos, entretanto, que a única categoria que permite acesso às liberdades defendidas pela Free Software Foundation e pela Open Souce Initiative é aquela do Software Livre ou Open Source.
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